Alguns já leram, mas vale à pena postar...
A separação me trouxe à Campo Grande, e a união me tirou daqui. É com estas palavras que inicio mais uma crônica. Aquela que descreve minhas expectativas e o meu pesar.
Foram dezoito anos, dezoito anos de uma vida construída nesta terra, terra que pensei que jamais fosse morar.
Terra aliás que nunca quis morar, pois foi a dor que aqui me trouxe, a dor da separação dos meus pais, a dor da perda de um pai aos nove anos de idade, dor da qual nunca me recuperei, pois este pai também não foi recuperado.
Mas a vida é assim, todos passamos por percalços, e isto nos leva à vida adulta. Enfim, aqui eu cresci, aqui estudei, aqui conheci seres humanos e também aqueles que pensam ser. Aqui beijei pela primeira vez, aqui fui traída, aqui construí amizades ternas e amizades eternas. Aqui me formei no meu sonho e aqui trabalhei, mas aqui também não efetivei meus planos, que um dia sei que efetivarei. Aqui briguei, me revoltei, gritei e esperneei, por tudo aquilo que discordei. Aqui amei, chorei (e muuuuito), me acostumei, às pessoas, à cultura, ao clima, às baladas, ao ritmo quase inexistente desta cidade calma, quase em transe...
Difíceis são as mudanças, é fácil se acostumar com as coisas, difícil é perder hábitos, o hábito de passar na “tia fer” para colocar as pernas para o ar, de comer aquele bolo feito na hora na tia Suely, de passar no centro e parar na mamys para tomar uma água e lhe pedir bença, de ir ao sítio dos avós aos domingos passar um dia com a natureza e com eles claro, de almoçar na “tia ivonete” naquele domingo que acordávamos tarde e não sabíamos onde comeríamos e de repente, recebíamos uma ligação nos convidando, aliás, convite recorrente da Fernanda também (fora natais, réveillons, páscoa e adjacentes, né fer?), de ter a casa de portas abertas por toda a semana recebendo amigos, íntimos, perdidos, uns que dormiam em casa, outros que só davam um “pulinho”, uns que me procuravam como advogada, outros como conselheira, uns até à beira de uma psicanálise, risos, difícil, difícil deixar tudo isso, difícil desconectar-me de uma vida, difícil ficar longe de minhas irmãs, com quem desde que me entendo por gente, tenho por perto, para reclamar, chorar, brigar e principalmente me apoiar, será difícil letks, lidi, deixar vocês.
Aos amigos que não citei, não se incomodem, vocês me conhecem, conheço pessoas diversas, de idades, finanças, interesses, tudo diferente, por isso nunca consegui juntá-los por total, mas tentei!
Como filha, queria ficar, como irmã também, como mãe, mais ainda pois sei a falta que vocês farão na vida da Maria e a que ela lhes fará, mas como esposa e como profissional, estou esperançosa, cheia de expectativas, de muito trabalho, de muita conquista, por isso choro e ainda muito chorarei, mas a vida é cheia de escolhas, e eu, escolho eu. Beijo no coração de todos, fiquem com Deus e fiquem de olho nas promoções de passagens de avião, porque daqui até lá, é chão! Tchau!
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